quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Nostalgia, sensualidade plena







NOSTALGIA


Lázaro Barreto

Homenagem às estrelas do cinema das décadas de 40 e 50: Ava Gardner, Anne Francis, Alida Valli, Anouk Aimmé, Brigitte Bardot, Collen Gray, Catherine Deneuvre, Cláudia Cardinali, Claire Trevor, Doris Day, Dorothy Lamour, Debra Paget, Esther Willians, Eleanor Parker, Gene Tierney, Gina Lollobrigida, Grace Kelly, Ingrid Bergman, Ida Lupino, Jane Fonda, Janeth Leigh, Jean Arthur, Judy Garland, Jeanne Moureau, Lizabeth Scott, Liv Ulmann, Lana Turner, Loreta Young, Lesli Caron, Marilyn Monroe, Mala Power, Mary Murphy, Micheline Presle, Milene Demongeot, Olívia de Havilland, Píer Angeli, Paullete Goddard, Patrícia Neal, Rita Hayworth, Rossana Podestá, Ruth Roman, Ronda Flemming, Sofia Loren, Silvana Mangano, Simone Signoret, Tereza Wright, Wanda Hendrick.






Homenagem extensiva às similares estrelas brasileiras do estrelato cotidiano da mesma época, anônimas.







Para chegar perto da rosa em suas rosas viajei



nos dedos, na língua e no sopro do saxofoneno vocabulário do Aurélio



nos étimos e tropos da filologia



no trivio da gramática-retórica-dialética



até fincar na terra um galho de roseira e saber



que como ela as flores têm óvulos nos ovárioso



cálice de folhas verdes nos bordos do tálamo



as pétalas dentro do cálice e as glândulas



que elaboram suspiros e secreçõese



a saliva da boca e a insulina do sangue.




O relevo do terreno na sombra da árvore está ali



para eu deitar e olhar com os olhos fechados dentro de mim



olhar e ver as filigranas dos gravetos secos e verdes



os intervalos entre as coisas e as palavrasda natureza



nela e em mim:ela que parece viver com a rosa para a lua



tão libidinosa (a rosa) e tão carinhosa (a lua).
O desenho da beleza começa no ovário e no carpelo vai pelo pistilo afora



esgalhando nos estames e pétalas



até desabrochar na corola e na provisão de néctar (perfume e doçura)



e nas cores da melhor vida melhor!






Foi assim que conheci a rosa mulher e flora formosa na pureza da sedução



a boca musical ornamentada



a filha caçula da família dicotiledônea o vitral da igreja,



a agulha de marear a mostradeira dos rumos infinitoso



amor agarradinho da trepadeira do jardim.




Se eu viver muito tempo quem



comigo conviver há de dizer



que não me entendeu.



Pudera! tampouco eu me entendi!



Tanto andei em tantas peripécias



para chegar ao rosto dos eflúvios e fluidos



aos hormônios perfumados da rosa de Jericó



a que podia ter muito amor sexualali no íntimo



apesar do estorvo de tantas abelhas



nas idéias e nos corações



a fazerem outro mel de outro amor.
A rubra rosa dos cancioneiros medievais



pontua cinco vezes o corpo sensual



é assim que chegamos antes de chegar



é assim que beijamos antes de comer



são cinco as marcas da libido do desejo(os mesmos cinco desejos da paixão).






É assim que chegamos perto da fotossíntese



da clorofila cinco milhões de vezes



a tocar no caule na floema no estoma



no xilemanas anteras e nos feixes e tecidos vasculares



nos cílios nos mamilos no clitóris na rosa na rosa



é assim que chegamos



agraciados de *pólens benfazejos.






Lázaro Barreto, grande escritor mineiro, de Divinópolis, a quem publiquei quando trabalhei na Gazeta Comercial, de Juiz de Fora, MG, nos Anos 60,completou mais de sete décadas de existir- e a sensualidade plena, a aflorar nos versos.

Escreveu, com Adélia Prado, o Auto natalino Lapinha de Jesus.

E mais, entre outros e outro tanto de inéditos:Árvore No Telhado;A cabeça de Ouro do Profeta.




Fonte:blog do autor

lazarobarreto.blogspot.

Contatos:lvrb@ig.com.br








Um comentário:

Clevane_em_Pessoa disse...

Clevane, postei um comentário, que não foi aceito porque não tenho conta do google ,nem estou podendo abrir uma agora. O texto era mais ou menos assim:"Estou cabisbaixo e estupefato pela sutileza das figurações do embelezamento de minhas palavras formatadas com a ênfase mais requintada. Nunca vi nada igual referente à minha pessoa, nem pensei que poderia merecer tanto. Muita bondade sua, isto sim. e muita competência sua, isto sim,por homenagear poemas com poemas mais dignos de homenagens, conseguindo discernir e apreciar a poesia com uma resposta mais bela que a pergunta desse autor cabisbaixo e aturdido. Muito obrigado! Abraços do Lázaro Barreto.
Vou recomendar este seu novo blog aos amigos que amam o que é belo.